Enquanto agricultores expunham e comercializavam produtos orgânicos em pequenas barracas montadas no pátio externo da Universidade Estadual de Alagoas, em Arapiraca, estudantes do ensino médio e o público em geral escutavam a trajetória de autoras na construção de suas obras. Esta cena singular ocorreu nesta quinta-feira (18) durante a Feira Cultural e Agroecológica da Uneal.
Organizada pelos professores dos cursos de Geografia, Ângela Leite, e de Ciências Contábeis, Francis Cleiton Balbino, a Feira Agroecológica é um produto do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação em Desenvolvimento Tecnológico e Inovação cujo título do projeto é "Parceria entre Universidade e Agricultores".
“Nosso objetivo é olhar a feira e o comércio como uma tecnologia social que pode ser desenvolvida dentro da Universidade como comércio solidário e que pode promover uma vivência prática a título de laboratório para os alunos dos cursos da Uneal”, explicou Francis Balbino.
A Feira tem o apoio de movimentos sociais ligados à agricultura, como o Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST) e a Associação de Agricultores Alternativos Academia Arapiraquense de Letras e Artes (AAGRA), além de agricultores orgânicos organizados, a exemplo dos Agricultores da Terra Agreste.
Cultura
De acordo com os organizadores, a “ação contribui ainda com o desenvolvimento do debate da sustentação do comércio da agricultura familiar e agroecológica de Arapiraca e cidades vizinhas. E vendo a feira como local de integração de saberes propomos uma feira além de agroecológica, cultural”.
Durante o evento, que teve início às 16h e seguiu até às 21h, houve a participação da Academia Arapiraquense de Letras e Artes (Acala), com exposição de livros arapiraquenses, e três escritoras de Arapiraca, Rosana Dias (na foto), Carla Emanuele Messias e a coordenadora da escola Costa Rêgo, professora Magda, fizeram roda de debate sobre seus livros.
“A cultura é observada em todo ambiente da feira, tendo em vista que quem comercializa os produtos são os próprios agricultores, oportunizando ao consumidor o acesso a informações sobre métodos de produção, melhores manejos utilizados pelo conhecimento tradicional, nomes regionais atribuídos aos produtos”, afirmou Balbino.